uma xícara de café,
lençol, colchão, travesseiro
não preciso de muito mais que isso.
(pra sobreviver,
porque ser feliz é outra história)
parando pra pensar é que descubro:
"ora, sou mesmo o macalesco faquir da dor!"
abaixo, levanto, corro, paro, olho a cidade pela janela,
se quer saber, ainda quero ouvir sua voz
não guardo mágoa
que não sou dessas coisas
(talvez só um pouco)
(talvez só um pouco)
meu bem, a desintoxicação leva tempo,
agora entendo.
a paixão também
mas aceito sim as desculpas nunca dadas
pelo sonho interrompido
venha sim fazer aquela visita nunca prometida,
venha de trança ou cabeça raspada,
nua ou bem vestida, não sei, mas venha
só não fique muda,
que muda não se fica,
que muda não se cresce sozinha.